segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Estive lá!!!




O alegado túmulo do rei artur situa-se no que resta da Abadia de Glastonbury. Foi entre a mitologia arturiana e a meteorologia instável que visitei Glastonbury. Senti o antigo lugar da abadia como um sítio cheio de paz, e convidativo à reflexão.

Glastonbury.

Apesar de não fazer a mais remota ideia de que Glastonbury era, de facto, um centro cultural para a miríade de cultistas seguidores da "fábula" arturiana, encontrei-me no próprio local, rodeado de "wiccans", e seguidores das práticas e rituais pagãos que caracterizam esse culto, em plena preparação para o solstício de inverno. Foi algo de memorável. Fui atingido por uma energia que confesso nunca ter sentido antes, e foi algo que garanto nunca vir a esquecer. A subida ao Tor foi igualmente memorável, no meio de uma tempestade de neve, algo que, no Alentejo, a minha terra natal, muito dificilmente conseguirei repetir, por motivos óbvios. A experiência que a minha ida à Inglaterra proporcionou, foi única. Pretento repeti-la, talvez tendo a Sãozinha como companhia, num qualquer dia breve em que regresse a esse lugar. Fica a memória do tempo passado, o prazer de ter feito novas amizades, e o desejo inevitável de lá regressar. Adorei. Um abraço a todos, e a todas, as pessoas que conheci em Taunton, e até ao meu regresso. Um grande abraço.

sábado, 21 de novembro de 2009

Capa de "O Temporal"


Capa para a republicação de "O Temporal", desta vez completo (Obrigado, Lino).

Aparo e tinta-da-china sobre papel Bristol, com caneta preta e algum corrector.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A pressão do voluntarismo obrigatório



O que é uma "cooperativa"? Segundo qualquer dicionário, a palavra "cooperação" denomina uma acção conjunta ente vários elementos de um grupo, que se entreajudam, voluntária ou involuntariamente, tendo em vista um objectivo ( e/ou um bem) comum.

O que aconteceria se...?

No caso de existir alguém a tomar as rédeas da dita "cooperação" (a oganizar o que cada um pode dar voluntariamente, é óbvio...) o que aconteceria se esse alguém, exigisse, de cada membro, a obrigação de "dar o que puder" e contribuir para a "causa"?

No sentido religioso, em certas seitas, existe o termo "dízimo" que consiste, num termo específico, em oferecer uma décima parte do que se ganha em ordenado.

Se formos a ver bem como a coisa funciona, qualquer religião tem (ou teve) uma função social. A religião une as pessoas em torno de um ideal, de uma comunidade, de uma crença, em suma, de factores comuns entre todos. Se, nas comunidades antigas (falo das comunidades que se formaram e mantiveram desde a idade média até à idade da razão) a religião teria a função de proporcionar a justificação de fenómenos incompreendidos para as mentes da altura, teria também a função de proporcionar e organizar entreajuda, cooperação e união espiritual entre as pessoas que compunham essas comunidades.

A ideia da existência do dízimo (ou de uma forma qualquer de contribuição obrigatória), na minha opinião, expressa o pagamento de um serviço. E é o que a Igreja faz, nos dias de hoje. Ela exerce um serviço espiritual a quem necessita. Esta Igreja, esta religião e qualquer uma das outras.

Mas o que é que a religião tem a ver com a cooperativa?

A religião serve aqui para dar um exemplo. Se alguém não contribuir para o bem-estar comum dentro da "cooperativa", é livre de o fazer, apesar de saber que isso pode vir a ter consequências bastante prejudiciais para o próprio indivíduo. E é assim que funciona em certas "cooperativas". Se o indivíduo não responde à altura da comunidade, primeiro é testado, e depois, excomungado. Esta ideia, na minha opinião, é ser um teste às pessoas que compõem a dita "cooperativa", e assim, ser uma filtragem das pessoas que servem ou não as ideias dessa mesma "cooperativa". Ou seja: existindo qualquer espécie de filtragem, essa "cooperativa" está, não só a proteger-se de ameaças exteriores, mas também a evitar que haja contaminação mental dos seus membros "que residem dentro do castelo". A comunidade mantém-se acolhendo quem serve os seus propósitos, e eliminando quem não os serve. E cada um é livre de escolher o seu próprio caminho. A intolerância ou desdém para quem escolhe um caminho diferente é algo que começa a dar os seus primeiros passos a caminho do fanatismo.

A sociedade é cruel para quem não desempenha um papel pré-definido. Infelizmente, sendo um animal social, o homem vai estar sempre sujeito à crueldade, quer seja ele a perpetrá-la, quer seja a vítima. É assim que funciona a natureza humana, não há muito a fazer para se lhe escapar.

Dentro de um grupo de pessoas com as mesmas ideias, das duas uma: ou seguimos essas ideias ou somos rejeitados.

"Eu, Ismael, era um dessa equipagem; tinha erguido os meus gritos com os outros; o meu juramento soldara-se ao dos outros; e gritei mais alto, e jurei com veemência, justamente porque o terror lavrava na minha alma. Vivia em mim um sentimento de simpatia selvagem e mística. O ódio insaciado de Ahab parecia pertencer-me. Atentos e ávidos, os meus ouvidos escutavam a história desse monstro assassino contra o qual eu e os meus camaradas tínhamos prestado um compromisso de violência e de vingança."
Moby Dick, de Herman Melville, traduzido por Alfredo Margarido e Daniel Gonçalves, em Outubro de 2005, por Edições Relógio D'Água.

domingo, 18 de outubro de 2009

Teatro Nacional de S. Carlos



Parte de uma série de (para já) três ilustrações que se juntam ao texto de André Oliveira num projecto que tem como tema principal a banalização da cultura, neste caso, a nossa.

Tinta-da-china sobre papel, como de costume.

sábado, 29 de agosto de 2009

Ontem...

ONTEM...

Ontem foi o final de mais uma semana de trabalho, e resolvi,para descontrair, passar o serão no cinema. Fui sozinho, como de costume. O cartaz prometia um filme novo do Tarantino, "Inglourious Basterds", passado na Segunda Guerra Mundial, em que a história principal conta como um grupo de judeus dá caça aos nazis. A ideia até parecia engraçada, mas o desfecho não me pareceu nada de especial. O meu colega de trabalho, que foi ver o filme na Quinta-feira, disse que havia piadas que faziam referência ao "Allo Allo", mas eu não me apercebi de nenhuma piada com esse sentido. Ou sou mesmo muito burro para não ter percebido as piadas do filme, ou então... Sem saber muito bem qual foi a lógica de raciocínio que me levou a isso, dei por mim a pensar para mim próprio "I don't f***ing know myself" repetidadente, desde a paragem de autocarro, até que cheguei a casa. Eu não sei quem sou. Ando enfiado em casa, com medo de me relacionar socialmente e não sei dar a volta a isto. Cada dia que passa, sinto vontade de sair daqui, de levar com a realidade e com a dureza da vida na cara, de mudar de vida, mudar de sítio, de amigos, e, como diz a música do outro, mudar a roupa, o cabelo e a cara...

HOJE...

Fui dar uma volta à Expo, à procura das setas amarelas, e dei por mim a fazer o início o percurso que me há-de levar para fora deste país. Á medida que andava sobre as tábuas escurecidas pelo tempo, senti em mim uma vontade imensa de não olhar para trás. Ao ver Vila Franca ao longe, voltei a pôr algum senso na minha cabeça. Às 5 da tarde, com a sede a apertar, apesar de toda a vontade de ver a minha vida pelas costas, resolvi voltar para trás. Hoje não estou preparado, mas amanhã...

AMANHÃ...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

terça-feira, 10 de março de 2009

O Temporal


Aqui há uns anitos, tive uma ideia para uma história, que tinha como base a utilização de um elemento único em todas as vinhetas e a sua introdução em contextos completamente diferentes. Naquela altura, a ideia era fazer isso com um carro de rally. Imaginando o que se costuma ver de um ponto de vista interior, a partir de uma câmara de televisão (o que se vê normalmente nas reportagens, em que o habitáculo fixo contrasta com tudo o resto que se move ao mesmo tempo) as situações pelas quais o carro passava, em vez de curvas apertadas e estradas lamacentas, seriam deste restaurantes exóticos a meios subaquáticos, passando por perseguições de gangsters, ou reviravoltas de montanha-russa. Infelizmente, não consegui conceber uma transição eficaz entre o real e o absurdo para aquela história, em particular.

O que tiro hoje da pasta, vem exactamente com o mesmo conceito, mas com um resultado incrivelmente diferente. Consegui fazer uma boa transição entre o real e o absurdo, (apesar de que aqui, o absurdo nunca o chegar a ser) e, maldito o facto de estar com um prazo apertado, reduzi o número de pranchas que estava a pensar produzir. A publicação, no "Venham +5" nº4, contou com a falta da última prancha (o que deu um sentido completamente diferente à história, uma vez que terminou na vinheta com as torres gémeas), o que me desagradou profundamente.

O resultado final é este que aqui apresento.



sexta-feira, 6 de março de 2009

Hoje sai da pasta como quem não quer a coisa...

A TEMPESTADE


Aproveito esta onda de mau tempo que pelo nosso país passa, para trazer até vós uma vinheta retirada de um dos meus últimos trabalhos.
Tinta-da-china sobre papel, como aliás, é costume...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Cidade à beira-mar


Tinta-da-china sobre papel, com alguma edição em Photoshop.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Hoje trago na pasta...


... OS MEUS PESADELOS.
Quando tenho pesadelos, geralmente tomam a forma de ondas gigantescas às quais não consigo escapar.

Tinta-da-china sobre papel, não me recordo quanto tempo me levou a desenhar isto.
Fiz uma versão especial para o Jaime, onde desenhei uma prancha de surf junto à silhueta e chamei-lhe "Desafio". Um abraço, moço!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Passeio No Parque


Participação para uma exposição no Espaço YRON com o tema: "Quadradinhos - Histórias Postadas" em Fevereiro de 2008. Tinta-da-china sobre "post-it", a provar, mais uma vez, que qualquer material pode servir de suporte para fazer BD.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Capitel no meio do mar

Tinta-da-china sobre papel, aliás, a minha técnica habitual.

Hoje trago na pasta...


... o meu arsenal de guerra!