quinta-feira, 22 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

Pós-Angoulême 2010

Barraca dos novos autores - Angoulême, 30 de Janeiro de 2010



Na foto, em 1º plano (da esq. para a dir.) Rui Lacas, Filipe Pina e Filipe Andrade. Ao fundo, a fila para a Glénat.

O objectivo desta reunião de tugas era o mesmo, sobreviver à fila e conseguir chegar à mesa da Casterman.

Angoulême foi uma experiência indescritível. Só quem por lá passa é que tem a noção do mundo que aquilo é. É uma outra mentalidade, uma outra maneira de ver a Banda Desenhada, que não existe cá em Portugal. O resultado foi que regressei a Portugal, com um entusiasmo e com uma motivação para produzir, que nunca tinha sentido antes.

Voltando à fila da Casterman, depois de 5 horas à espera pela minha vez, confesso que não estava à espera de grande coisa... Simplesmente meti-me na fila, poque tinha curiosidade em saber o que é que os fulanos de uma das GRANDES editoras da BD franco-belga tinha a dizer sobre o meu trabalho, e, quem sabe, talvez ficassem com o meu portfólio para referência no futuro. Pensei eu. Depois de passarem à frente de todas as ilustrações que lá tinha, directamente para as pranchas, o que me disseram, no meio de um francês que mal conseguia compreender, quanto mais falar, foi que as pranchas eram, de facto, interessantes (mais pela narrativa e pela história que contavam, do que pelo estilo do desenho), mas que não era "comercializável". O que percebi depois, à conversa com um argumentista e com um outro autor franceses, foi que o meu trabalho, com o meu estilo de gravura ultra-trabalhado e ultra-demorado, era trabalho de FANZINE. E fanzines, eles não publicam. Nenhuma grande editora de BD franco-belga publica fanzines.

O Gary Erskine disse, no workshop que deu em Beja durante o FIBD do ano passado, é que os autores têm que fazer certas escolhas, entre o tipo de trabalho que fazem e aquilo que a editora está disposta a publicar. "Ok, so you have a great style, but how long do you take to create a page? If you take three days, that can be acceptable, one or two weeks... well...". Outra coisa que ele disse, foi que cada autor deve organizar o portefólio de acordo com aquilo que a editora-destinatário publica.

Então comecei de imediato a trabalhar num álbum, numa história que levei dois meses a planificar e que estou a direccionar para a Soleil. Dei-me a mim próprio um prazo de um ano, até ao próximo festival de Angouléme, para trabalhar no máximo que conseguir da história enquanto estiver desempregado. O que pode acontecer, só o futuro o dirá.



Dois meses depois, tenho a história completamente planificada, e já comecei a trabalhar nas pranchas. Penso que consigo fazer uma prancha a preto e branco em dois dias, mas a coloração vejo depois como vou fazer.

Ah, e convém tirar um curso de francês entretanto :P

Beijocas e abraços